Vivemos um mundo em profundas transformações. Parte importante destas transformações afetam diretamente o modo de vida das populações, em todos os aspectos primordiais da existência humana, envolvendo desde a produção de bens indispensáveis para a vida humana, até o processo viver-adoecer-perecer. No que tange a este processo, mais especificamente, a Saúde vive uma grande revolução ao longo do último século. Ao longo do turbulento século XX, além da evolução natural do conceito de saúde, que ganhou várias roupagens, moldadas pelo avanço do conhecimento científico pronunciado ao longo do século, mais acentuadamente na sua segunda metade, o ideal de saúde transitou por extremos opostos, de direito humano a bem de consumo. 

Formar um profissional médico, neste período histórico conturbado, onde a formação profissional ganha influências diretas de outros atores sociais que não intervinham de modo tão direto neste campo, como a influência do Complexo Industrial da Saúde, e as forças de mercado, moldando o perfil do homo oeconomicus, de Lipovetsky, que consome saúde, e que não deseja apenas a ausência de doenças, mas o alcance de uma supernormalidade, segundo autores contemporâneos ; intermediados pela força das novas mídias digitais, que informam à população leiga sobre saúde em todos os aspectos, e que reverberam tanto no objeto de trabalho quanto na atuação final do médico.

Este “novo” médico deve deixar os bancos das escolas de Medicina preparados para lidar com os processos do viver-adoecer –perecer, já penosos e difíceis per se, mas alterados em sua essência por conta das alterações do modo de viver e de pensar a saúde enquanto produto do imaginário coletivo da sociedade da Era Pós-Industrial, onde o antigo paciente não apenas recebe o tratamento do profissional, mas cobra conhecimento, uso de recursos tecnológicos e expertise por parte do profissional de medicina.

Para a graduação deste “novo” médico, o ensino da Ética, não só como disciplina da grade curricular, mas como valor essencial da vida e práxis destes profissionais que se prestam a dedicar todos os anos após a graduação ao serviço diuturno em prol do bem-estar de outros seres humanos, assume papel mais do que relevante. Os neófitos da Medicina encontrarão neste livro um aprofundamento necessário nos conceitos históricos e filosóficos da ética, em uma narrativa extremamente bem-feita, mas que não se prende aos ditames do rigor acadêmico puro, que enche as letras de verniz, mas apaga o calor humano das idéias. Encontrarão ainda um cabedal de conhecimentos bem estruturados sobre a antropologia e a bioética, contando com os recursos de autores eruditos no tema, sem delongar-se em aspectos que não trarão resultados práticos para a prática da saúde, e que trazem para a realidade do médico os ditames éticos sob uma visão contemporânea. E para concluir a leitura deste rico material, uma proposta de uma série de ditames éticos, propícios para a reflexão, e moldagem de uma nova práxis em Saúde.

PREFÁCIO DA 2ª Edição
Alden dos Santos Neves - Pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação do UniFOA

AUTORES:
Walter Luiz Moraes Sampaio da Fonseca
Marcilene Maria de Almeida Fonseca
Carlos José Pacheco
Lucas Pereira Jorge de Medeiros
Renata Barboza Vianna Medeiros
Rônel Mascarenhas e Silva

ORGANIZADORES:
Walter Luiz Moraes Sampaio da Fonseca
Marcilene Maria de Almeida Fonseca

ISBN: 978-85-5964-082-3

ERRATA:
Onde se lê:
Editora FOA
EDITOR CHEFE
Laert dos Santos Andrade
EDITORAÇÃO
Elton de Oliveira Rodrigues
CAPA
Ana Clara Barcelos (Estagiária)

Leia-se:
Editora FOA
EDITOR CHEFE
Laert dos Santos Andrade
REVISÃO
Maria Aparecida Rocha Gouvêa
EDITORAÇÃO
Elton de Oliveira Rodrigues
CAPA
Ana Clara Barcelos (Estagiária)

 

icon-pdf

icon-epub